Noite de Inverno

Passeando pela noite amarelada, sinto as gotas de chuva gelada a bater no meu cabelo, a minha camisa a colar no meu corpo de tão encharcada que está, o vento corta-me as articulações, a roupa pesa, e as minhas sapatilhas borbulham a cada passo que dou. Porque raio estou aqui? Porque vim para a rua com esta chuva, porque não me deixei ficar na cama, quente e confortável a ver o filme de suspense que estava a ver? Porque segui eu pelo caminho mais difícil?

Hà medida que fico mais encharcado, penso nestas perguntas, penso nas respostas, e nada me vem a cabeça, esta tempestade tolda-me os pensamentos, baralha os sentimentos, e enfraquece o meu coração.

"Não sei para que lado vou" , penso eu enquanto contemplo um semáforo, a minha respiração ofegante abafa o barulho deste semáforo, decido virar a direita, assim o faço, por fim a meio desta rua, deixo me cair no chão e sentado com as costas numa coluna, medito debaixo da chuva intensa